Fazer do cão um companheiro de malhação, seja em corridas ou caminhadas nas ruas e parques, parece simples: basta colocar uma coleira e pronto. Ledo engano. Exigir esforço físico do anima de estimação é bem mais complexo do que parece. Verificar a saúde do animal é essencial. Segundo a médica veterinária Amanda Garcia de Santana, a primeira providência que o dono deve tomar é agendar um exame de sangue para o cão, além de um eletrocardiograma. Se tudo estiver sob controle, os cuidados com o animal durante a corrida são, basicamente, os mesmos de um ser humano.
– O animal precisa ser hidratado de 40 em 40 minutos – ensina.
Depois do exercício, complementar a alimentação do pet com as chamadas rações superpremium é o mais indicado para repor a energia. Com mais fontes de proteína animal na composição, esse tipo de ração é de fácil digestão.
– Oferecer água de coco e até bebidas isotônicas sem corante após a corrida ajuda a repor os sais minerais e a reidratar o animal – completa Amanda.
Trocar o asfalto por passeios na grama também ajuda o cão a não passar calor. A adestradora de cães Daniela Azevedo explica que os cachorros não suam pela pele, mas pela língua e pelos coxins, as "almofadinhas" das patas. Se o chão estiver muito quente, o animal não consegue dispersar o calor produzido pelo exercício – e corre o risco de desenvolver uma hipertermia, condição que aumenta de maneira incomum a temperatura corporal e pode levar o bichinho à morte em minutos.
– Quando o animal sente os sintomas, o quadro já está avançado – alerta. – Ele cai no chão, como se estivesse cansado, com a respiração acelerada. Pode haver também vômitos e convulsões.
Se isso acontecer, providencie água, hidrate os coxins e leve-o ao veterinário.
Com os devidos cuidados, Daniela Azevedo diz que se exercitar ao lado de companhia canina tem suas vantagens. Uma delas é driblar a preguiça.
– Em duas semanas, o animal já está adaptado aos exercícios. Se o dono não for mais, ele vai sentir falta e cobrar.
Para o cão, os benefícios são ainda maiores. Os diferentes cheiros e cenários fazem com que ele tenha novos estímulos mentais.
– Hoje em dia, os animais ficam presos, convivendo com as mesmas pessoas – justifica a adestradora. Isso pode gerar problemas comportamentais, como medo e estresse.
Além disso, os cães acumulam energia tóxica nos músculos e precisam colocar isso para fora de alguma maneira.
Dicas
:: Evite correr com coleiras muito pesadas, feitas de ferro ou enforcadeiras. O animal ficará com os movimentos limitados – e pode acabar se atrapalhando ou atrapalhando você.
:: Bicicleta e cachorro não combinam. O esforço que o animal precisará fazer para acompanhar o dono pode ser maior que o que ele aguenta, o que fará com que ele se canse mais rápido.
:: Uma boa dica antes de encarar as pistas de corrida é estipular metas. Comece com pequenas distâncias e vá aumentando gradualmente, até que o cão tenha condicionamento físico para correr percursos maiores.
:: Lembre-se de não forçar o animal a correr. O bicho precisa associar a atividade com diversão, para que os exercícios não se tornem um momento penoso para ambos.
:: Leve o cachorro para um check up geral antes de iniciar qualquer atividade física. É preciso saber se o animal tem algum problema de saúde que o limite, como doenças cardiovasculares, displasia coxofemural ou anemia.
:: Faça algumas paradas para hidratar seu amigo. Além de água, água de coco e bebidas isotônicas (desde que sem corante ou sabor) são boas opções para repor os sais minerais perdidos na transpiração.
:: Não coloque sapatinhos nos cachorros. Como a transpiração deles também ocorre pelos coxins, o calçado pode dificultar o processo.
:: No verão, escolha horários em que o sol está ameno antes das 10h e após as 17h. O asfalto quente pode queimar os coxins do animal, causando hipertermia.
Fonte: Donna
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